A mortalidade materna no Maranhão no contexto da pandemia de COVID-19
DOI:
https://doi.org/10.61411/rsc202429817Resumo
A mortalidade materna é definida pelo óbito devido a complicações da gestação, parto ou puerpério. A análise sobre a mortalidade materna suscita várias reflexões, não só no âmbito da saúde, como também do social. Objetivos: analisar o perfil epidemiológico da mortalidade materna associada a Covid-19 em 2020 e 2021, e comparar as razões de morte materna (RMM) de 2019 a 2021 nas regiões de saúde do Estado. Métodos: No perfil epidemiológico foram realizadas distribuições proporcionais segundo os grupos etários, raça/cor, estado civil e escolaridade em anos e a RMM foi calculada pelo método direto (RMM SIM) para o Maranhão e regiões de saúde. Resultados: 69% dos óbitos maternos associados a Covid-19 (2020 e 2021) ocorreram em mulheres negras, na faixa etária de 30 a 39 anos (46,5%), destas 45% eram mães solteiras, e apenas 17% possuíam de 12 anos ou mais de escolaridade. A RMM SIM no estado foi de 75.0 para 138.2 de 2019 para 2021, classificando-se de baixa para moderada. Foi observada diferença significativa entre a média RMM SIM em todas as regiões, a maior média da RMM SIM foi registrada em Caxias (158.3/100mil) e a menor em Pedreiras (66.7/100mil). Conclusão: A análise do perfil epidemiológico e a mensuração da magnitude da mortalidade materna associada a Covid-19 lança luz sobre qual população de mulheres em idade fértil (MIF) no estado gravídico-puerperal e regiões devem serem priorizadas para a implementação e monitoramento de políticas públicas que visem sua redução.
Referências
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Boletim Epidemiológico N° 29. Volume 52. agosto,2021. Vigilância em Saúde Ministério da Saúde [Internet]. BrasíliaDF:MS. Disponível:<https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/boletins/epidemiologicos/edicoes/2021/boletim_epidemiologico_svs_29.pdf/view>. Acesso:11/01/2023.
Ministério da Saúde. In: Saúde Brasil 2017: uma análise da situação de saúde e os desafios para o alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Mortalidade materna nas Unidades da Federação, regiões e no Brasil: uma análise de 2000 a 2015. Brasília; 2017. No prelo.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Boletim Epidemiológico N° 20. Volume 53 maio,2022. Vigilância em Saúde Ministério da Saúde [Internet]. Brasília DF: MS. Disponível: < https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/boletins/epidemiologicos/edicoes/2022/boletim-epidemiologico-vol-53-no20/view>. Acesso:11/01/2023.
Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção Primária à Saúde. Departamento de Ações Programáticas e Estratégicas. Manual de recomendações para a assistência à gestante e puérpera frente à pandemia de Covid-19 [recurso eletrônico] / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção Primária à Saúde, Departamento de Ações Programáticas e Estratégicas. 2. ed. Brasília; 2021.
Rovere, Tuize Silva; JUNIOR, Carlos Stavizki; TIRELLI, Cláudia. O Impacto da Pandemia Na Vida das Mulheres.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Boletim Epidemiológico N° 47. Volume 53 dezembro, 2022. Vigilância em Saúde Ministério da Saúde [Internet]. Brasília DF: MS. Disponível: < https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/boletins/epidemiologicos/edicoes/2022/boletim-epidemiologico-vol-53-no47/view>. Acesso: 11/01/2023.
OLIVEIRA, Ianne Vitória Gomes et al. Mortalidade materna no Nordeste do Brasil, 2009-2019: distribuição espacial, tendência e fatores associados. Epidemiologia e Serviços de Saúde, v. 32, p. e2022973, 2023. DOI: https://doi.org/10.1590/s2237-96222023000300009.pt
Szwarcwald CL et al. Estimação da razão de mortalidade materna no Brasil, 2008-2011. Cad. Saúde Pública 2014, 30(1):1678-4464. DOI: https://doi.org/10.1590/0102-311X00125313
Pereira, Marcos Nakamura et al. COVID-19 e morte materna no Brasil: uma tragédia invisível. Femina, v. 48, n. 8, p. 496-8, 2020.
Silva, Isabela de Lima et al. Preditores da mortalidade materna por COVID-19: revisão integrativa. Research, Society and Development, v. 10, n. 10, p. e435101018888-e435101018888, 2021. DOI: https://doi.org/10.33448/rsd-v10i10.18888
Brasil. Ministério da Saúde. Portaria N.º 1.119, de 5 de junho de 2008. Regulamenta a Vigilância de Óbitos Maternos. Diário Oficial da União, Brasília (DF), 2008.
Souza, Alex Sandro Rolland; AMORIM, Melania Maria Ramos. Mortalidade materna pela COVID-19 no Brasil. Revista Brasileira de Saúde Materno Infantil, v. 21, p. 253-256, 2021. DOI: https://doi.org/10.1590/1806-9304202100s100014
Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). Ministério da Saúde. Disponível:< https://datasus.saude.gov.br/sobre-o-datasus. Acesso: 11/01/2023.
Organização Mundial da Saúde. CID-10: Classificação Estatística Internacional de Doenças com disquete Vol. 1. Edusp, 1994.
World Health Organization. Trends in Maternal Mortality: 1990 to 2008, estimates developed by WHO, UNICEF, UNFPA and The World Bank. Geneva; 2010.
Alves, Rafaela Pereira et al. Mortalidade materna em tempos de pandemia de COVID-19: Uma revisão integrativa. Research, Society and Development, v. 11, n. 4, p. e28711426942-e28711426942, 2022. DOI: https://doi.org/10.33448/rsd-v11i4.26942
Michels, Bruna Depieri; ISER, Betine Pinto Moehlecke. Mortalidade materna pela COVID-19 no Brasil: atualizações. Revista Brasileira de Saúde Materno Infantil, v. 22, p. 443-444, 2022. DOI: https://doi.org/10.1590/1806-9304202200020014
Silva, Larissa Távore et al. Gestação e pandemia da COVID-19: Impactos no binômio materno-fetal. Research, Society and Development, v. 10, n. 7, p. e23510716416-e23510716416, 2021. DOI: https://doi.org/10.33448/rsd-v10i7.16416
Publicado
Edição
Seção
Categorias
Licença
Copyright (c) 2024 Revista Sociedade Científica
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.