Síndrome de Guillain-Barré – uma revisão bibliográfica

Autores

  • DE OLIVEIRA, Jefferson Borges Centro de Especialidades Médicas de Lagoa Vermelha-RS. Autor
  • RIBEIRO, Maria Eduarda Bresolin Prefeitura Municipal de Lagoa Vermelha - RS Autor
  • DE TOLEDO, Ana Renata Pinto Prefeitura Municipal de Lagoa Vermelha - RS Autor

DOI:

https://doi.org/10.61411/rsc202435517

Palavras-chave:

Síndrome de Guillian-Barré, neuropatia, diagnóstico diferencial, organofosforados

Resumo

A Síndrome de Guillain-Barré (SGB) é uma polineuropatia desmielinizante inflamatória aguda, de etiologia desconhecida, caracterizada por paresia ou paralisia flácida que atinge mais de um membro, frequentemente simétrica, associada à arreflexia e aumento de proteínas no líquor, sem pleocitose. Geralmente, infecções respiratórias, disfunções motoras ou cirurgias, precedem os sintomas neurológicos, num período aproximado de 5 dias a 3 semanas. Os sinais e sintomas envolvem fraqueza simétrica rapidamente progressiva, abolição dos reflexos tendinosos, diplegia facial, paresia orofaríngea e respiratória e distúrbio da sensação nas mãos e pés. Essa condição piora durante alguns dais a 3 semanas, quando então se estabiliza e depois há uma melhora gradual até a função normal ou quase normal. Sua terapêutica engloba o uso de plasmaférese ou infusão de altas doses endovenosas de imunoglobulina humana; ambas possuem eficácia semelhante, sendo que a imunoglobulinoterapia é de mais fácil realização, melhor tolerada, além de apresentar menor índice de riscos e complicações. Este trabalho tem como objetivos realizar uma revisão bibliográfica sobre o tema, apresentando um breve histórico sobre a doença, bem como sua conceituação, incidência, etiologia, patogenia, manifestações clínicas, diagnóstico, descrevendo os subtipos da SGB e entre eles a Síndrome de Miller Fisher (SMF), além do diagnóstico diferencial, do qual a desmienilização ascendente ocasionada por intoxicação por organofosforados faz parte. Por esse motivo, a fim de enriquecer ainda mais esse estudo, optou-se por descrever um caso clínico de um paciente com o quadro de intoxicação por organofosforados, apresentando as características do quadro. Pode-se concluir que Entre as modalidades de tratamento mais efetivas estão a plasmaferese e a infusão endovenosa de imunoglobulina em altas doses, ambas com eficácia semelhante, porém a imunoglobulinoterapia possui menor índice de complicações. Além disso, a intervenção de uma equipe multidisciplinar capacitada para reabilitação do paciente também é de fundamental importância, sendo que uma avaliação terapêutica motora abrangente se faz necessária a fim de certificar-se do grau de força muscular e ADM antes do início do tratamento; durante e após a reabilitação, a intervenção motora efetiva diminui as complicações respiratórias, cardíacas e vasculares. E mesmo diante da gravidade do quadro, a SGB apresenta um bom prognóstico, com a maioria dos casos se recuperando por completo e somente um pequeno número evolui para o óbito.

Biografia do Autor

  • DE OLIVEIRA, Jefferson Borges , Centro de Especialidades Médicas de Lagoa Vermelha-RS.

    Responsável pelo ambulatório de Neurologia do CEMED (Centro de Especialidades Médicas do SUS), de Lagoa Vermelha-RS.

  • RIBEIRO, Maria Eduarda Bresolin , Prefeitura Municipal de Lagoa Vermelha - RS

    Médica na Prefeitura Municipal de Lagoa Vermelha - RS

  • DE TOLEDO, Ana Renata Pinto , Prefeitura Municipal de Lagoa Vermelha - RS

    Enfermeira mestre e doutoranda em Pediatra e saúde da criança pela PUCRS.
    Enfermeira na Prefeitura Municipal de Lagoa Vermelha - RS

Referências

AGUIRRE, A.; GARCÍA, S.; LORO, G. M.; PASCUAL, E. S.; ARMAS, F.; RAMOS, H. Pérdida de fuerza em extremidades inferiores: presentación del síndrome de Guillain-Barré. Revista De La SEMG, n.56, p.491-492, 2003.

ARAUJO, Alberto José de et al . Exposição múltipla a agrotóxicos e efeitos à saúde: estudo transversal em amostra de 102 trabalhadores rurais, Nova Friburgo, RJ. Ciênc. saúde coletiva, Rio de Janeiro, v. 12, n. 1, Mar. 2007 . Disponível em www.scielo.br. Acesso em 07/09/2010.

ASBURY, A. K.; ARNASON, B. G.; KARP, K. R.; Mc FARLAIN, D. E. Crieria for diagnosis of Guillain Barré syndrome. Ann Neurol 1969;28(3):565-6.

BENETI, Giselle Maria; SILVA, Dani Luce Doro da. Síndrome de Guillain-Barré. Semina: Ciências Biológicas e Saúde, Londrina, v. 27, n. 1, p. 57-69, jan/jun. 2006. Disponível em www,uel.br. Acesso em 12/10/2010.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria . Secretaria de Atenção à Saúde (SAS). Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas. Síndrome de Guillain Barre. Portaria SAS/MS no 497, de 23 de dezembro de 2009.

BLANCO-MARCHITE, C.I. et al . Síndrome de Miller Fisher, oftalmoplejía interna y externa tras vacunación antigripal. Arch Soc Esp Oftalmol, Madrid, v. 83, n. 7, jul. 2008 . Disponível em scielo.isciii.es. Acesso em 07/09/2010. Disponível em www.portal.saude.gov.br. Acesso em 07/09/2010.

CAMPELLONE, J. V. Guillain-Barre Syndrome. Medline Plus – Medical Encyclopedia, 2004. Disponível em www.nlm.nih.gov. Acesso em 12/10/2010.

CARVALHO, ALZIRA A. SIQUEIRA et al . Síndrome de Miller Fisher e neurite óptica: relato de caso. Arq. Neuro Psiquiatr., São Paulo, v. 58, n. 4, dez. 2000 . Disponível em www.scielo.br. Aceso em 07/09/2010.

CECATTO, Suzana B. et al . Síndrome de Guillain-Barré como complicação de amigdalite aguda. Rev. Bras. Otorrinolaringol., São Paulo, v. 69, n. 4, ago. 2003. Disponível em www.scielo.br. Aceso em 07/09/2010.

CERVANTES, Saborío; ESTEFANÍA, Ishtar; MORA VALVERDE, Mónica; DURÁN MONGE, María del Pilar. Intoxicación por organofosforados. Medicina Legal de Costa Rica, v. 36, n. 1, p. 110-117, 2019.

COSTA, Ana Paula Santos; WESTPHAL, Giselle A.; AMORIM, Ludmila; PEDRA, Raphael. Síndrome de Guillain Barre. Centro Universitário de Vila Velha/ES, 2004. Disponível em www.wgate.com.br. Acesso em 12/10/2010.

CHUNG, Aimee; DEIMLING, Melissa. Guillain-Barré Syndrome. Pediatrics in review, v. 39, n. 1, p. 53-54, 2018.

DONOFRIO, Peter D. Guillain-Barré Syndrome. CONTINUUM: Lifelong Learning in Neurology, v. 23, n. 5, p. 1295-1309, 2017

ECKMAN, L. L. Neurociência fundamentos para reabilitação. Rio de Janeiro: Guanabara Koogam, 2004, 477p.

ELIAS, Mariele Abadia; SIEGLOCH, Ana Emilia; AGOSTINETTO, Lenita. Intoxicação aguda por agrotóxicos organofosforados: uma revisão integrativa. Research, Society and Development, v. 11, n. 9, 2022.

ESPOSITO, Susanna; LONGO, Maria Roberta. Guillain-Barré Syndrome. Autoimmunity reviews. v. 16, n. 1, p. 96-101, 2017.

FARIAS, Adalton; PEREIRA, Ana Cláudia; RAIA, Andrea Carmem; FRAGA, Cristiane Bueno. Síndrome de Guillain Barre. 2010. Disponível em www.medcenter.com. Acesso em 07/09/2010.

F.JÚNIOR, José; ALVES, M. Eugénia; GUERREIRO, A. Sousa. Intoxicação por organofosforado. A propósito de 14 casos da Unidade de Cuidados Médicos Especiais. Medicina Interna. Vol. 6, n. 2, 1999. Disponível em spmi.pt. Acesso em 07/09/2010.

FONSECA, L. F.; HORTA, M. B.; GAUZZI, L. D. V. (eds). Compêndio de neurologia infantil. Polirradiculoneurite aguda. Síndrome de Guillain-Barré. Belo Horizonte: Medsi 2002;571-575.

FONSECA, T.; CARDOSO, T.; PERDIGÃO, S.; SARMENTO, A; MORGADO, R.; COSTA, M. M. Síndrome de Guillain-Barré. Revista Acta Médica Portuguesa, n.17, p.119-122, 2004.

FONTES, S. V., FUKUJIMA, M. M. & CARDEAL, J.O. Fisioterapia neurofuncional para a prática. São Paulo: Atheneu, 2007, 340p.

FUNES, J. A. A.; MONTERO, V. A. M.; CARRANZA, E. M. Síndrome de Guillain-Barré: Etiologia y Patogénesis. Revista de Investigación Clínica, México, v.54, n.4, p.357-363, 2002. Disponível em scielo-mx.bvs.br. Acesso em 07/09/2010.

GUYTON, Arthur C. Neurociencia Básica: anatomia e fisiologia. 2.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002.

HUGHES, R. A. Ineffectiveness of high dose intravenous methylprednisolone in Guillain Barré syndrome. Lancet 1991;338(6):1142-9.

LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. A. Técnicas de pesquisa. 4 ed. São Paulo: Atlas 1999.

LASTRA, A. F.; HEREDERO, J. B.Rehabilitación: Protocolo de Manejo de Guillain-Barré. Revista Eletrônica Perineuro Neurofisiologia Clínica, España, 2002.

LENIN, W., Cahiers Philosophiques. Paris: Ed. Sociales M., 1965. In: MINAYO, Maria Cecília de Souza. Pesquisa social: teoria, método e criatividade. 17. Ed. Petrópolis: Vozes, 2000.

LEONHARD, Sonja E. et al. Diagnosis and management of Guillain–Barré syndrome in ten steps. Nature Reviews Neurology, v. 15, n. 11, p. 671-683, 2019.

LIMA, M.S.S. Intoxicações agudas em Pronto-atendimento em pediatria. Rio de Janeiro: Medsi ,2000.

MINAYO, Maria Cecília de Souza. Pesquisa social: teoria, método e criatividade. 17. Ed. Petrópolis: Vozes, 2000.

MORALES, Óscar Phillips et al. Actualización en el síndrome de Guillain-Barré. Revista Médica Sinergia, v. 4, n. 11, p. e290-e290, 2019.

NOVIELLO, Thiago Bechara et al . Cetoacidose diabética associada com síndrome de Guillain-Barré: relato de caso. Arq Bras Endocrinol Metab, São Paulo, v. 52, n. 3, abr. 2008 . Disponível em <http://www.scielo.br. Acesso em 12/10/2010.

O’FARRILL, Z. L. ; Hernández-Cáceres , J. L. Análisis del comportamiento del síndrome de Guillain-Barré. Consensos y discrepâncias. REV NEUROL 2008; 46 (4): 230-237. Disponível em www.neurologia.com. Acesso em 12/10/2010.

PLATÓN, E. I. B.; FRANCO, J. A. S.; GÓMEZ, M. L.; LIBORIO, S. P. Síndrome de Guillain-Barré. Experiência en el INNN. Búsqueda de Factores del Mal Pronóstico. Revista Ecuatoriana de Neurologia, Equador, v.12, n.1-2, 2003. Disponível em www. medicosecuador.com. Acesso em 07/09/2010.

PUGA TORRES, Mario Santiago; PADRON SANCHEZ, Armando; BRAVO PEREZ, Rigoberto. Síndrome de Guillain Barré. Rev Cub Med Mil, Ciudad de la Habana, v. 32, n. 2, jun. 2003 . Disponível em <http://scielo.sld.cu. Acesso em 07/09/2010.

RAMPAZZO, L. Metodologia científica para alunos de graduação e pós- graduação. In: SANTOS, R. S.; DIAS, I. M. V. Refletindo sobre a malformação congênita, Rev. bras. enferm. vol.58 no.5 Brasília sept./oct. 2005. Disponível no site www.scielo.br, acessado em 01/02/2010.

ROJAS, Mayra. Aspectos clínicos y terapéuticos del Síndrome de Guillain-Barré. Revista médica de Trujillo, v. 13, n. 2, 2018.

ROWLAND L. P. Merrit Tratado de neurologia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogam, 2002, 887p.

SANTOS C M T & cols. Síndrome de Guillain-Barré. Revista Brasileira de Medicina 2004; 61: 637 – 643.

SANTOS, R. S.; DIAS, I. M. V. Refletindo sobre a malformação congênita, Rev. bras. Enferm., vol.58 no.5 Brasília Sept./Oct. 2005. Disponível em www.scielo.br. Acessado em 01/02/2010.

TOBAR, F; YALOUR, M.R. Como fazer teses em saúde pública. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2001.

TORRES, M. S. P.; SÁNCHEZ, A. P.; PÉREZ, R. B. Síndrome de Guillain Barre. Revista Cubana de Medicina Militar, Habana del Este, v.32, n.2, p. 137-142, 2003.

UMPHRED, Darcy A. Reabilitação neurológica. 4 ed. São Paulo: Manole, 2004.

Downloads

Publicado

2024-02-25

Edição

Seção

Ciências da Saúde

Como Citar

DE OLIVEIRA , Jefferson Borges; RIBEIRO, Maria Eduarda Bresolin; DE TOLEDO , Ana Renata Pinto. Síndrome de Guillain-Barré – uma revisão bibliográfica. Revista Sociedade Científica, [S. l.], v. 7, n. 1, p. 1064–1104, 2024. DOI: 10.61411/rsc202435517. Disponível em: https://journal.scientificsociety.net/index.php/sobre/article/view/355.. Acesso em: 9 maio. 2024.