O uso de estimulantes cerebrais por alunos de medicina de faculdades da região central do estado de são paulo: um estudo transversal.
DOI:
https://doi.org/10.61411/rsc202429617Resumo
O curso de medicina é reconhecido pela alta demanda intelectual e esforço acadêmico, principalmente aqueles de período integral, com alta carga horária além das diversas atividades curriculares. Por conta disso, os estudantes recorrem a substâncias que possam estimular o cérebro a fim de ter um melhor resultado acadêmico como cafeína, cloridrato de metilfenidato e bebidas energéticas. Trata-se de um estudo transversal no qual foi aplicado um questionário validado, em uma amostragem voluntária, para verificar o uso de estimulantes como cafeína, metilfenidato e bebidas energéticas, entre os estudantes de ensino superior das cidades localizadas no centro-oeste paulista. A análise estatística contemplará o uso de medidas de tendência central e de dispersão, além de testes inferenciais para comparação entre os grupos. O estudo tem como objetivo principal investigar o uso de substâncias como cafeína, metilfenidato e bebidas energéticas pelo estudante de medicina, investigando se o curso escolhido teve influência nesse uso, bem como verificar relatos de alterações das habilidades cognitivas após o início do uso. Os dados revelam um alto consumo de substâncias estimulantes entre estudantes, especialmente no curso de medicina, com 49,5% utilizando essas substâncias quatro ou mais vezes por semana. A cafeína é a mais utilizada (65,3%), seguida por energéticos (11,9%) e Ritalina® (5,9%). O uso é motivado pelo desejo de melhorar o desempenho durante provas (30,7%) e aulas (35,6%). Mais da metade (51,2%) iniciou o consumo durante o curso, indicando correlação com a demanda acadêmica. Surpreendentemente, 53,4% relatam dependência dessas substâncias para manter seu rendimento. Isso destaca a necessidade de políticas educacionais e de saúde mais abrangentes, considerando a saúde mental dos estudantes como parte vital do sucesso acadêmico.
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