Consequências cardiovasculares e neuropsiquiátricas da exposição à poluição sonora

Autores

  • Jennifer Almeida de Oliveira Centro Universitário de Mineiros (UNIFIMES) - Campus de Trindade Autor https://orcid.org/0000-0002-2219-9810
  • Rubens Rezende Ferreira Centro Universitário de Mineiros - Campus Trindade Autor
  • Ricardo Cambraia Parreira Centro Universitário de Mineiros (UNIFIMES) - Campus de Trindade Autor https://orcid.org/0000-0002-2769-7958
  • Daniel Mendes Filho Instituto de Ciências da Saúde e Biológicas (IACSB), Universidade Estadual de Goiás (UEG), Porangatu, GO, BrasilInstituto de Ciências da Saúde e Biológicas (IACSB), Universidade Estadual de Goiás (UEG), Porangatu, GO, Brasil Autor https://orcid.org/0000-0002-0606-6735

DOI:

https://doi.org/10.61411/rsc202446217

Palavras-chave:

Contaminação Sonora, Efeitos do Ruído, Poluição Acústica, Sistema Cardiovascular, Sistema Neural

Resumo

Atualmente a poluição sonora tem atingido proporções enormes devido ao crescimento populacional e consequente multiplicação das fontes de ruído. Essa problemática se manifesta de forma evidente nas residências, nas vias públicas, nos veículos, nos locais de trabalho, nos espaços teatrais e nos estabelecimentos gastronômicos. Além dos ruídos audíveis, existem também sons em frequências inaudíveis que podem ser igualmente prejudiciais à saúde, o que torna imperativo investigar essas interferências e como elas resultam em alterações que impactam a saúde do indivíduo. Assim, para compreender os efeitos da poluição sonora e como essa interfere no organismo provocando o surgimento de distúrbios neuropsiquiátricos e cardíacos, propôs-se a elaboração de umarevisão  narrativa. Para o desenvolvimento desse artigo, utilizo-se a base de dados da plataforma PubMED com os descritores que foram selecionados a partir de uma pesquisa no DeCS/MeSH:: “poluição sonora”, “poluição sonora e sistema cardiovascular” e “poluição sonora e sistema nervoso”. Por meio da pesquisa realizada, observou-se que a poluição sonora, direta ou indiretamente, afeta a saúde humana. Embora o impacto direto no sistema auditivo, como surdez, seja bem estudado, a influência nos sistemas cardiovascular e neurológico necessita de mais consideração e pesquisa.Apesar dessa dificuldade de dados na literatura,  foi possível identificar problemas que podem surgir devido à poluição sonora, como: aumento da pressão arterial, AVC, doenças mentais, demência e distúrbios no desenvolvimento neurológico. Assim sendo,, a partir de uma discussão abrangente sobre essa pesquisa, é possível traçar medidas de contenção ao ruído excessivo, pois as medidas de saúde coletiva vigentes tendem a negligenciar os riscos relacionados aos ruídos ambientais.

Biografia do Autor

  • Jennifer Almeida de Oliveira, Centro Universitário de Mineiros (UNIFIMES) - Campus de Trindade

    Graduada em Farmácia bioquímica pela Universidade Paulista (2009). Acadêmica de Medicina do Centro Universitário de Mineiros (Unifimes). Atualmente, exerce o cargo de Diretora de Extensão da Liga Acadêmica de Raciocínio Clínico e Diagnóstico (LARCD) e ocupa o cargo de ligante da Liga Acadêmica de Pediatria (LAPED).

  • Ricardo Cambraia Parreira, Centro Universitário de Mineiros (UNIFIMES) - Campus de Trindade

    Professor Adjunto do Curso de Medicina do Centro Universitário de Mineiros (UNIFIMES) - Campus de Trindade em Goiás. Docente dos Cursos de Farmácia, Biomedicina e Fisioterapia da Faculdade União de Goyazes - UniGoyazes. Graduado em Biomedicina pela Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM). Iniciação cientifica e TCC (Biologia Celular, Parasitologia e Bioquímica) sob orientação do Professor Dr. Javier Emilio Lazo Chica. Mestrado e Doutorado em Bioquímica e Imunologia (Cultura de Células, Phage Display, Proteoma) pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) com orientação do Professor Dr. Rodrigo Ribeiro Resende. Pós-doutorado no Laboratório de Neurofarmacologia e Neuroquímica do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Goiás (UFG) sob supervisão do Professor Dr. Mauro Cunha Xavier Pinto.

  • Daniel Mendes Filho, Instituto de Ciências da Saúde e Biológicas (IACSB), Universidade Estadual de Goiás (UEG), Porangatu, GO, BrasilInstituto de Ciências da Saúde e Biológicas (IACSB), Universidade Estadual de Goiás (UEG), Porangatu, GO, Brasil

    Possui graduação em Biomedicina pela Universidade Federal do Triângulo Mineiro (2013). Tem experiência em Análises Clínicas e nas áreas de Imunoistoquímica e Morfologia, atuando durante a graduação principalmente nos seguintes temas: fibrose cardíaca, Tripanossoma cruzi, inflamação e adjuvantes imunológicos. Mestre stricto sensu em Ciências Fisiológicas - Área 1 (Bioquímica, Fisiologia e Farmacologia) pela Universidade Federal do Triângulo Mineiro (2017), tendo atuado principalmente nos temas Fisiologia, Doença de Parkinson e células-tronco mesenquimais, com experiência em bioterismo, neurocirurgia estereotáxica em ratos, citoquímica e imunofluorescência. Doutor em Fisiologia Humana pelo Programa de Pós-Graduação em Fisiologia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto- Universidade de São Paulo (FMRP-USP) atuando na área de Neurofisiologia e Eletrofisiologia, sob orientação do Prof. Dr. Ricardo Maurício Xavier Leão.

Referências

GOINES, L.; HAGLER, L. Noise Pollution: A Modern Plague. Southern Medical Journal, v. 100, n. 3, p. 287–294, mar. 2007.

MUNZEL, T. et al. Cardiovascular effects of environmental noise exposure. European Heart Journal, v. 35, n. 13, p. 829–836, 9 mar. 2014.

BERGLUND, B. et al. Dietrich H & World Health Organization. Occupational and Environmental Health Team: Guidelines for community noise. World Health Organization, 1999.

ZAJARKIEWICCH, Daniel Fernando Bondarenco. Poluição sonora urbana: principais fontes - aspectos jurídicos e técnicos. 2010. 235 f. Dissertação (Mestrado em Direito) - Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2010.

KARCHMER, M. A.; ALLEN, T. E. The functional assessment of deaf and hard of hearing students. American Annals of the Deaf, v. 144, n. 2, p. 68–77, 1 abr. 1999.

BEUTEL, M. E. et al. Noise annoyance predicts symptoms of depression, anxiety and sleep disturbance 5 years later. Findings from the Gutenberg Health Study. European Journal of Public Health, 8 fev. 2020.

WÅLINDER, R. et al. Physiological and psychological stress reactions in relation to classroom noise. Scandinavian Journal of Work, Environment & Health, v. 33, n. 4, p. 260–266, ago. 2007.

HEGEWALD, J. et al. Traffic Noise and Mental Health: A Systematic Review and Meta-Analysis. International Journal of Environmental Research and Public Health, v. 17, n. 17, p. 6175, 25 ago. 2020.

BASNER, M. et al. Auditory and non-auditory effects of noise on health. The Lancet, v. 383, n. 9925, p. 1325–1332, abr. 2014.

JAFARI, Z.; KOLB, B. E.; MOHAJERANI, M. H. Chronic traffic noise stress accelerates brain impairment and cognitive decline in mice. Experimental Neurology, v. 308, p. 1–12, out. 2018.

KAPEENA SIVAKUMARAN et al. Impact of Noise Exposure on Risk of Developing Stress-Related Health Effects Related to the Cardiovascular System: A Systematic Review and Meta-Analysis. Noise and Health, v. 24, n. 114, p. 107, jul. 2022.

DAIBER, A. et al. Environmental noise induces the release of stress hormones and inflammatory signaling molecules leading to oxidative stress and vascular dysfunction-Signatures of the internal exposome. BioFactors (Oxford, England), v. 45, n. 4, p. 495–506, 1 jul. 2019.

KKUPCIKOVA, Z. et al. Road traffic noise and cardiovascular disease risk factors in UK Biobank. European Heart Journal, v. 42, n. 21, p. 2072–2084, 18 mar. 2021.

GUH, M. Noise pollution and mental health. Journal of Mental Health, v. 31, n. 5, p. 605–606, 3 set. 2022.

HAHAD, O. et al. Noise and mental health: evidence, mechanisms, and consequences. Journal of Exposure Science & Environmental Epidemiology, p. 1–8, 26 jan. 2024.

TZIVIAN, L. et al. Effect of long-term outdoor air pollution and noise on cognitive and psychological functions in adults. International Journal of Hygiene and Environmental Health, v. 218, n. 1, p. 1–11, jan. 2015.

MÜNZEL, T. et al. Effects of noise on vascular function, oxidative stress, and inflammation: mechanistic insight from studies in mice. European Heart Journal, v. 38, n. 37, p. 2838–2849, 17 fev. 2017.

JAFARI, Z. et al. The Adverse Effects of Auditory Stress on Mouse Uterus Receptivity and Behaviour. Scientific Reports, v. 7, n. 1, p. 4720, 5 jul. 2017.

DAIBER, A. et al. Environmental noise induces the release of stress hormones and inflammatory signaling molecules leading to oxidative stress and vascular dysfunction-Signatures of the internal exposome. BioFactors (Oxford, England), v. 45, n. 4, p. 495–506, 1 jul. 2019.

ROSWALL, N. et al. Residential exposure to traffic noise and leisure-time sports – A population-based study. International Journal of Hygiene and Environmental Health, v. 220, n. 6, p. 1006–1013, ago. 2017.

SALAZAR, M. R. Hypertension, a linchpin between environmental noise exposure and the development of cardiovascular disease? Journal of Clinical Hypertension (Greenwich, Conn.), v. 25, n. 2, p. 165–167, 1 fev. 2023.

STANSFELD, S. A.; MATHESON, M. P. Noise pollution: Non-auditory effects on health. British Medical Bulletin, v. 68, n. 1, p. 243–257, 1 dez. 2003.

Downloads

Publicado

2024-05-07

Edição

Seção

Ciências da Saúde

Categorias

Como Citar

ALMEIDA DE OLIVEIRA, Jennifer; REZENDE FERREIRA, Rubens; CAMBRAIA PARREIRA, Ricardo; MENDES FILHO, Daniel. Consequências cardiovasculares e neuropsiquiátricas da exposição à poluição sonora. Revista Sociedade Científica, [S. l.], v. 7, n. 1, p. 2204–2218, 2024. DOI: 10.61411/rsc202446217. Disponível em: https://journal.scientificsociety.net/index.php/sobre/article/view/462.. Acesso em: 19 maio. 2024.