Perfil e desafios da inclusão digital dos idosos no ambulatório Maria da Glória (HC/UFTM): análise de adesão às tecnologias de comunicação
DOI:
https://doi.org/10.61411/rsc202451217Palavras-chave:
envelhecimento, saúde, tecnologia, comunicaçãoResumo
A pandemia de COVID-19 impactou significativamente a população mundial. Devido à alta mortalidade causada pela doença, foram instituídas medidas de controle de disseminação do vírus, como uso de máscaras, distanciamento social e vacinação, que restringiram as interações sociais e afetaram negativamente a população como um todo, com destaque à população idosa, intensificando os sentimentos de solidão e apatia. Nesse contexto, as tecnologias de informação e comunicação (TICs) emergiram como ferramentas vitais para manter a conexão social e o bem-estar cognitivo dos idosos. O presente estudo analisa o perfil, impactos e dificuldades vivenciadas por idosos quanto ao uso e adoção das TICs, a fim de identificar possíveis cenários de atuação para promover maior inclusão digital desta população. A pesquisa, aprovada pelo Comitê de Ética e Pesquisa da UFTM, foi um estudo transversal envolvendo 61 idosos com média de 73 anos, acompanhados por profissionais da área de Geriatria do HC/UFTM. Foram aplicados três questionários estruturados para analisar o perfil sociodemográfico e de saúde dessa população, o uso de tecnologias e as dificuldades encontradas. A partir dos dados levantados, os idosos foram divididos em dois grupos: Grupo 1 (G1), com pouco ou nenhum acesso às tecnologias, e Grupo 2 (G2), com amplo acesso às tecnologias. Os resultados mostraram que G2 (52,46%) percebia as tecnologias como úteis e dispunha de maior facilidade de acesso e uso, enquanto G1 (47,54%) enfrentava maiores dificuldades e considerava as tecnologias menos úteis. A maioria dos participantes de G2 relatou emoções positivas associadas ao uso de tecnologias, como aumento da autonomia e da autoestima. Além disso, durante a pandemia, o G2 utilizou mais as tecnologias para atividades como comunicação e lazer, percebendo benefícios como a expansão de redes de amizade. Em contraste, G1 não percebeu os mesmos benefícios e conservou baixo interesse em aprender novas ferramentas. A análise revelou que a inclusão digital dos idosos enfrenta desafios como limitações cognitivas e motoras decorrentes do envelhecimento, além de barreiras socioeconômicas e culturais. O estudo pioneiro na região do Triângulo Sul de Minas Gerais aponta para a importância de métodos de ensino adaptados para atender às demandas dos idosos, promovendo um envelhecimento saudável e uma maior integração social.
Referências
Alvarenga GM, Yassuda MS, Cachioni M. Inclusão digital com tablets entre idosos: metodologia e impacto cognitivo. Psicologia, Saúde & Doenças. 2019;20(2):384-401. DOI: http://dx.doi.org/10.15309/19psd200209 DOI: https://doi.org/10.15309/19psd200209
Carneiro RV, Ishitani L. Aspectos de usabilidade de mobile learning voltado para usuários com restrições decorrentes da idade. Revista Brasileira de Computação Aplicada. 2014;6(1):81-94. DOI: https://doi.org/10.5335/rbca.2014.3426 DOI: https://doi.org/10.5335/rbca.2014.3426
Dos Santos Lolli MCG, Maio ER. Uso da tecnologia para idosos: perfil, motivações, interesses e dificuldades. Revista Educação, Cultura e Sociedade. 2015;5(2). DOI: https://doi.org/10.30681/ecs.v5i2.1864
Goulart D. Inclusão digital na terceira idade: a virtualidade como objeto e reencantamento da aprendizagem [dissertação de mestrado]. Rio Grande do Sul: Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul; 2007.
Irigaray TQ, Schneider RH, Gomes I. Efeitos de um treino cognitivo na qualidade de vida e no bem-estar psicológico de idosos. Psicologia: Reflexão e Crítica. 2011;24:810-818. DOI: https://doi.org/10.1590/S0102-79722011000400022 DOI: https://doi.org/10.1590/S0102-79722011000400022
Machado L, Vergara LGL. Análise de aspectos sensoriais e cognitivos ligados a interação em novas tecnologias, um estudo aplicado com idosos. Conference Ergodesign. 2012;1
Mincache GB, et al. Aliando tecnologia da aprendizagem à qualidade de vida dos idosos. 2011. URI: https://repositorio.unb.br/handle/10482/11759
Moreira MA. A teoria da aprendizagem significante de Rogers. In: Teorias de aprendizagem. São Paulo: Paulista Universitária; 1999. p. 139-149. ISBN 85-12-32140-7
Netto RGF, Nascimento Corrêa JW. Epidemiologia do surto de doença por coronavírus (covid-19). Desafios-Revista Interdisciplinar da Universidade Federal do Tocantins. 2020;7(Especial-3):18-25. DOI: http://dx.doi.org/10.20873/uftsuple2020-8710 DOI: https://doi.org/10.20873/uftsuple2020-8710
Nikolich-Zugich J, Knox KS, Rios CT, Natt B, Bhattacharya D, Fain MJ. SARS-CoV-2 and COVID-19 in older adults: what we may expect regarding pathogenesis, immune responses, and outcomes. Geroscience. 2020;42(2):505-514. DOI: https://doi.org/10.1007/s11357-020-00186-0 DOI: https://doi.org/10.1007/s11357-020-00186-0
Silva MF, Silva DSM, Bacurau AGDM, Francisco PMSB, Assumpção DD, Neri AL, Borim FSA. Ageismo contra idosos no contexto da pandemia da covid-19: uma revisão integrativa. Revista de Saúde Pública. 2021;55:4. DOI: https://doi.org/10.11606/s1518-8787.2021055003082 DOI: https://doi.org/10.11606/s1518-8787.2021055003082
Smith BJ, Lim MH. How the COVID-19 pandemic is focusing attention on loneliness and social isolation. Public Health Res Pract. 2020;30(2):302208. DOI: https://doi.org/10.17061/phrp3022008 DOI: https://doi.org/10.17061/phrp3022008
Publicado
Licença
Copyright (c) 2024 Revista Sociedade Científica
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.